Percy Jackson e os Olimpianos: O retorno de Cronos.

Ps.: Essa história acontece por volta do final do livro "A Batalha do Labirinto", focado em outros personagens.
Atenção: O texto pode conter informações sobre o livro 4 e sobre o primeiro capítulo do livro 5.

UM



Dou ração à um cão do inferno.

Olá. Meu nome é Pedro Alertse. Pode até ser meio... esquisito, mas esse livro não é qualquer livro de ficção. Ele é a história da minha vida.
Tudo começou como sempre, estava eu, em casa, assistindo televisão, quando meu amigo esquitio entra correndo pela porta. Seu nome é Scott. O cara sempre que pode está bebendo algo, de refrigerante à vinho. Ele me pegou pelo braço e me arrastou umas três quadras, até finalmente me dizer o que estava acontecendo.
-Olha cara, sei que vai parecer bizarro, mas tem um cachorro enorme me perseguindo. - Me disse, arfando.
-E por que me arrastou pra cá?
-Ele quer você, Pedro.
Eu pensei em jogar ele ladeira abaixo, até ouvir latidos assustadores e extremamente graves. Aquilo não poderia ser um cachorro normal, ou era o filho do Godzilla, ou deram vitamina pra esse bicho.
Scott estava com a cara que eu odeio, a cara que ele faz quando a gente tá ferrado. Na escola, com as garotas... sempre tem uma maldita hora pra ele fazer essa cara. E essa era a hora certa. Descemos ladeira abaixo, e eu não sabia o que era pior: ir de cara com um poste, ou ser comido por aquela coisa.
O mais esquisito é que lá do outro lado da rua, achei um rosto conhecido. Sarah. Mas o que ela fazia lá? E por que não corria do cachorro? Ela não via aquela coisa enorme de 3m de altura que cobria quase toda a luz do sol? Aliás, por que absolutamente ninguém em todo o bairro parecia ver o cachorro? Como se eu me preocupasse com isso, o medo era tanto que eu só pensei nisso dois dias depois.
-Por aqui, rápido! - Sarah grita em alto e bom tom.
-Esconta o Pedro, eu vou pegá-lo.
-Ei, como assim? O cachorro tem o dobro do seu tamanho! - Disse eu.
-Melhor morrer tentando, do que viver nas sombras.
Era o que ele sempre dizia antes de fazer a cara de "me ferrei".
Bom, o pior é que ele foi mesmo, e eu nem queria ver! Imagina aquele bicho devorando meu melhor amigo? Eu tinha que ajudá-lo.
-Sarah, vamos ajudar o Scott! Ele vai morrer!
-Você tá louco? Você nem sabe seus poderes ainda! - Deixou escapar.
Eu fingi que nem ouvi, apesar de pensar sobre isso o resto do dia. Corri e fui em direção ao cachorro, apesar dos protestos de Sarah.
-Você tá bem?!
Scott consentiu.
-Pegue, vai precisar! - Scott me joga uma espada enorme.
Segurei a espada de um modo espantoso. Nunca havia sequer encostado numa arma daquelas, só nas aulas de Museu. Aquela que o Percy destruiu a diretora e todo mundo fingiu que não sabia de nada.
Num movimento rápido, acertei o cachorro na pata esquerda traseira e me arrependi profundamente quando o monstro se virou diretamente para mim com um olhar ameaçador. Seus olhos eram de assustar.
-Acerte-a! - Me gritou a Sarah.
-V-vou tentar...
Eu acertei um soco no focinho do cachorro, mas ele parecia não sentir nada.
-Com a espada, Pedro!
-Eu não quero matar ele!
-Ou ele, ou a gente!
Eu fiquei com pena dele, não tinha o direito de matá-lo. Num último apelo, lhe jogo um pouco de ração que guardo no bolso pra o meu cachorro. O monstro comendo era assustador e engraçado ao mesmo tempo.
-Boa, garoto!
Acariciei a cabeça do monstro. Ele não era feroz. Algo devia o estar perturbando.
-O que é... ele?
-Um cão infernal. - Disse Scott.
-Sério.
-Mas é sério! Vai ser meio difícil de entender, mas eu vou explicar do começo...
Então, Scott e Sarah me explicaram tudo, desde o começo, de que eu sou um filho de um deus grego, com uma mortal. Eu custava a acreditar, a história era um tanto bizarra.
-Então... por isso eu consegui segurar a espada quando você jogou?
-Sim, está no seu sangue. - Disse Sarah.
-Ei! Mas e vocês? Vai dizer que o Scott é um minotauro, e a Sarah é uma gnoma?
-Gnomos na mitologia grega? Você vai a escola pra que, garoto? - Diz Scott.
-Somos Meio-sangues também.
-E nós nunca iremos descobrir quem é nosso pai?
-Eu sou filha de Hipno, deus do sono e da Hipnose.
-E eu de Dionísio, deus do vinho e da insanidade.
-E eu?
-Aí a gente não sabe. - Diz Scott.

☼ Continua. ☼

UM



Vou fazer uma visitinha ao filho prodígio de Zeus


Scott e Sarah me trouxeram a um acampamento estranho, onde quase todos são filhos dos deuses e os outros, seres mitológicos.
Conheci muita gente maneira, entre eles o Zack, filho de Hefesto, a Luh, filha de Apolo, Travor, filho de Afrodite e outros. Estranho que eu podia jurar que vi meus colegas de classe: Percy e Grover. Deve ter sido só impressão.
-Então... onde eu fico?
-Chalé de Hermes. - Afirma Luh.
-Mas eu não sou filho de Hermes.
-Lá é onde ficam os filhos de Hermes e os indeterminados. - Concluiu Zack. - Ah, e cuidado com seus bolsos.
Eu não entendi o que ele quis dizer, isto é, até terem roubado minha lanterna naquela noite, e minha caneta que acende quando eu escrevo hoje de manhã. Eu adorava aquela caneta.
-Ei, novato!
Eu não sabia quem era, mas não me parecia um ladrão.
-Sim?

-Bruizer. É novo por aqui?
-Sim. Prazer Bruizer.
-Filho de Hermes?
-Não sei. Ainda não achei meu pai.
-Não se "acha" um pai. Ele que te acha. Uma hora ele te reclama. Quer dizer, acontece com a maioria.
Eu fiquei meio assustado com o "acontece com a maioria". E se meu pai não me reclamasse? E se eu ficasse conhecido como "indeterminado" pelo resto da vida no acampamento? Tentei esquecer isso.
-Bom, você parece um cara legal. Aparece lá no chalé de Dionisio pra gente beber um vinho qualquer dia desses.
-Você é filho de Dionísio? Então deve conhecer o Scott. Ele que me trouxe pra cá.
-Ah, o Scott. O cara é gente boa. Ele traz muitos meio-sangues pra cá, apesar de ser tarefa para sátiros. Muitos sumiram este verão.
-Sumiram...como?
-Você sabe, a eterna busca de Pã.
Eu tentei me lembrar, mas nenhum Pã me vinha a memória.
-O deus da selvageria, pai dos sátiros... - Ele parecia perceber que não era bem a minha praia esse negócio de Mitologia Grega.
-Ah, sim, me lembrei. Obrigado.
-Bom, tenho que ir agora, a gente se fala.
Eu só pensava em como meu cachorro estava. Eu morava sozinho, minha mãe morreu a pouco tempo atrás, os médicos não sabem explicar.
No dia seguinte, visitei praticamente todo o acampamento, anfiteatro, arena, casa grande e tudo mais. Por todos os lados se viam Ninfas, Náiades e até um Centauro, que parecia o "presidente" do acampamento.
-Scott, Scott... você tá aí? - Eu chamei na porta do eu chalé.
-Cara, são 6:00h! Vai dormir! - Gritou Scott de dentro do chalé.
-Eu preciso tirar uma dúvida!
-Que é? - Disse ele saindo do chalé.
-Eu recebi um bilhete na porta do meu chalé e não sei o que fazer. Toma. - Entreguei o bilhete em suas mãos.
Ele parecia assustado. Mas dessa vez a sua cara era séria.
-Nós temos uma missão.
-Como assim?
-Temos que achar Héracles.
Eu não entendi nada do que ele falou. Sequer sabia quem era Héracles.
-Achar quem? - Falei com um certo tom de ironia.
-Héracles. Ah, vai dizer que não sabe quem é?!
-Se quiser que eu não diga...
-Hércules. O nome romano dele é Hércules.
-Pensei que Hércules fosse o nome grego, mas tudo bem. O que temos que fazer com ele?
-Quíron disse que temos que achá-lo. Nem me pergunte por quê.
Pegamos nossas coisas, chamamos Sarah e fomos. Sarah quase esbofetou o Scott por acordar ela tão cedo, mas depois de ler o bilhete, se levantou, arrumou a mochila, e lavou o rosto, tudo isso mais rápido do que eu fugindo daquele cachorro anormal no começo da história.

☼ Continua ☼

UM



Somos convidados para um churrasco olimpiano


Saímos à procura do filho de Zeus, Héracles. Era muito pouco o que eu sabia dele, além de que era filho de Zeus, era super forte, tentou ser morto por Hera e no filme, pelo Hades de cabelo pegando fogo.
-Então... quer dizer que Héracles é um semi-deus, como nós?
-Não Pedro, ele era um semi-deus, mas Zeus, seu pai, aceitou-o como deus, quando tentou se matar nas chamas de uma fogueira, por acidentalmente, ter matado sua esposa. - Me respondeu Sarah.
Após algumas horas de caminhada por New York, decidimos ir até a estação de trem, para irmos direto à Los Angeles. O trem demorou um pouco a sair. Estranhamente, fora nós três, apenas um outro garoto entrou no trem.
Entramos no trem, poucas pessoas estavam em nosso vagão. O garoto sentou do outro lado do vagão.
Ele tirou o boné e... era uma garota! E eu já tinha a visto, tenho certeza. No acampamento.
-Oi, você é do acampamento? - perguntei.
-Sim. - Ela respondeu rapidamente.
-Claire?! É você? - Sarah parecia surpresa.

-O Quíron me mandou para uma missão em Los Angeles. - ela não parecia surpresa em nos ver.
-Também vamos pra lá. Por que não veio com a gente? - Perguntei novamente.
-Pedro, o número 3 é sagrado. São três deuses grandes, três górgonas, três mundos: Olimpo, terra, submundo... você sabe. Todas as missões com mais de 3 integrantes ou falham, ou alguém morre. Por isso devemos respeitar essa regra e irmos separadamente.
-Mas e se o três é tão sagrado assim... por que ela está sozinha? - Minha ingenuidade me envergonhava, mas eu precisava perguntar.
-E quem disse que eu estou sozinha? Eu apenas estou tomando conta desse vagão. No outro estão o Luke, filho de Poseidon, e o Millions, filho de Ares.
-Você é filha de quem? - Perguntei.
Todos se calaram, eu achei melhor fazer o mesmo.
Descemos em um terminal de LA, poucas pessoas presentes, o que desde o começo me intrigava.
-Oi, vocês devem ser Pedro, Scott, Sarah, Luke, Millions e Claire, não é?
Todos ascentimos.
-Tenho um recadinho pra vocês. Vocês foram conv...
O homem foi interrompido por uma voz baixa que dizia algo como "nunca fomos convidados pra uma festa dessas!".
-Cala a boca, George! - Exclamou outra voz, mais feminina.
-Continuando... o Olimpo os quer presentes no fim deste solstício de verão. Mas vocês tem que achar o Héracles primeiro, e levá-lo até lá. Recado dado, missão cumprida.
-Que vozes eram aquelas?
-George e Martha, as cobrinhas do deus Hermes. - Me respondeu o homem.
-E cadê Hermes? - Perguntei.
-Está indo embora. Até outra hora, crianças.
O homem sai voando. Agora que percebi seus tênis com asas. Por isso aquelas vozes vinham do seu bolso.
-Nossa, nunca vi um deus assim, ao vivo. - Afirma Luke.
-Nem eu. - Concorda Millions.
-Novatos... - Claire se põe a andar na direção de um hotel. Esse hotel não me passava confiança... hotel Lótus... bom, devia ser impressão minha. Ou não.

☼ Continua ☼

QUATRO



Viramos prisioneiros do relógio


Desde o primeiro momento, aquele hotel não me parecia boa coisa [se duvidarem, podem olhar no capítulo anterior]. Mas mesmo assim, entramos.
-Bem vindos ao Hotel Lótus. Desejam se hospedar? - Uma bela moça perguntou na recepção.
-Já estamos hospedados aqui, moça. - Disse Claire.
-Ah, sim, agora me lembro. Por aqui. - A moça indica o caminho e eu percebo... Claire distorceu a mente da pobre mulher!
-Claire, por que ludibriou a coitada? - Disse eu, ingenuamente.
-Eu não fiz nada disso, eu apenas manipulei a névoa, a coisa que "separa" o mundo mortal do mundo divino.
-Nossa... não entendi nada.
-No quarto eu te explico. - Respondeu Scott.
Entramos no quarto. Fiquei meio tonto por alguns momentos, o quarto era maior que a minha casa e a da vizinha juntas! Só a cama dava pra dormir a vizinhança inteira. E tinham cinco!
-Um de nós vai ter que dormir na varanda. - Disse Claire.
-Oh...oh... vai sobrar pro novato. - Eu disse com medo.

-Não, eu durmo na varanda. - Interrompeu Scott.
-Não cara, por mim tudo bem, eu durmo lá. - Fiquei preocupado com meu amigo.
-Desculpe amigo, mas você tem que descançar. O dia foi cheio pra você.
Ele tinha razão. Eu dormi feito uma pedra. Aliás, pedras dormem? Não pensei sobre isso por mais de dois minutos.
-Ei... Pedro... acorda... - Abri os olhos vagarosamente mas não me levantei.
-ACORDAAAAAA!!! - Ouvi a voz de Claire. Aliás, não só eu, todo o Hotel.
Claire me acerta com uma tapa no ombro.
-Ei, espera, estou me adaptando ao ambiente!
-Molenga. A gente tem trabalho à fazer! - Disse Sarah.
Depois desses comentários eu refleti: garotas não gostam muito de mim.
Descemos as escadarias e paramos no saguão. Um homem nos acompanhou até a sala de jogos e nossa! Que sala enorme!
-..........Eles descobriram meu ponto fraco... - Disse Scott, tremendo.
-Como assim? - Disse Millions.
-Scott é viciado nesses joguinhos do século passado. - Respondeu Luke.
Antes de eu perguntar como ele sabia disso, percebi Scott jogando três jogos de uma vez, enquanto alguns moleques esperavam na fila de cara feia.
Ao longe, eu vi algo que me parecia... sei lá... um pássaro enorme. Mas e daí? Nem liguei, todos nós pegamos um doce com formato de flor de uma bandeija e fomos jogar.

⌂ Enquanto isso no acampamento... ⌂


Bom, eu sou Luh, filha de Apolo. Desde a partida de Pedro, Scott, Sarah, Claire, Millions e Luke, parece que todo o acampamento ficou muito aflito. Nas horas da refeição, não existem mais conversas abertas sobre esse assunto, o que antes era muito comum.
-Boa noite, meio-sangues! - Anunciou Quíron, chefe do acampamento.
Todos respondemos.
-Como sabem, mandamos dois grupos para uma única missão. E queremos mandar um terceiro, mesmo sabendo dos riscos.
-Onde quer chegar com isso, Sr. Quíron? - Pergunta Bárbara.
-Não precisa de tanta formalidade comigo, Bárbara, mas agradeço pela pergunta. Quero saber quem se habilita a ir ajudar nossos corajosos meio-sangues. Espero que saibam que é algo muito perigoso, portanto, pensem bem. Quem quiser ir, vá na Casa Grande. Vocês terão até depois de amanhã para decidir.
Quíron se despediu e saiu. Ele não costuma abandonar o jantar assim. Ao término, fizemos uma oferenda aos deuses e fomos dormir. Pensei muito sobre aquilo, e apesar do medo, estava muito querendo ajudar.
-Luh. - Alguém me chamou na entrada do chalé.
-Jade! Oi.
-Eu queria saber se você está pensando em ir... por que... eu também quero.
-Que ótimo, então vamos juntas!
-Não podemos. Nunca percebeu que todo grupo de missão tem apenas uma garota?
-Isso é regra?
-Parece que sim.
Nesse instante, chega a meio-irmã da Jade, Bárbara.
-Vocês também querem ir?
Consentimos.
-Amanhã decidimos isso, estou morta de sono. Boa noite.
-Boa noite. - Ambas responderam ao mesmo tempo, e soltaram um sorriso.
Fui dormir aflita. Não queria decepcionar as duas, e não queria deixar de ajudar. Devia haver algum jeito.
Na outra manhã, me levantei cedo e fui falar com o Quíron.
-Ora, vejam só. Bom dia, Luh. - Me disse Quíron, carinhoso como sempre.
-Bom dia, Quíron.
-O que deseja, tão cedo?
-Quero saber por que num grupo sempre vão dois garotos, e uma garota.
-Olha, Luh... nessas missões, precisamos de muita força bruta, representada pelos garotos, e da inteligência da garota presente na missão.
-Eu sei mas... por que uma garota não pode reprensentar os dois? Você sabe como eu sou ótima na esgrima. Fora que Jade e Bárbara são filhas de Héracles!
-Entendo... vocês querem ir juntas.
Consenti.
-Olha, eu não posso garantir nada, mas preciso falar com o sr. D antes de despachar vocês na missão. Mas eu gostei muito das suas idéias, Luh.
-Obrigada. - Dei um sorriso tímido.
Um sátiro entrou gritando na Casa Grande.
-Senhor! Senhor! Eu vi! Eu o vi!
-Quem você viu? - Quíron perguntou.
-O GRANDE SENHOR, PÃ!

Pã retornou?


Luh narrando...
Quiron não parecia demonstrar surpresa no que ouvia.
-Pã? - Disse ele com um certo desânimo.
-Sim, senhor. Eu o vi, tenho certeza!
-Quantas vezes terei que dizer? Pã morreu!
Eu nunca vira Quíron falando daquela forma. Ele sempre falava de um modo tranquilo, tentando não magoar ninguém, coisa que não aconteceu com aquele jovem sátiro.
-Quíron, o que deu em você? - Criei coragem e perguntei.
-Ah, me desculpe Luh... é que esses sátiros acham que estão vendo Pã, e eu não quero que eles se decepcionem.
-Mas Quíron, você é quem está fazendo isso.
Quíron parecia pensativo. Ele saiu da Casa Grande, e isso deixou uma tensão no ar em todo o acampamento.

Pedro narrando...

Todo mundo comia aquelas florzinhas, menos eu. Uns até tentavam me convencer mas... parece que o instinto meio-sangue falou mais alto. Eu me cansei daquilo, mas infelizmente, era o único.
-Pedro, Pedro! - Ouvi uma voz ao longe. Era a Sarah.
-Oi.
-Oi, a gente precisa sair daqui! - Ela falava sério.
-Mas... como?! Todo mundo gostou.
-Olha, eu descobri que são essas florzinhas doces que fazem a gente gostar daqui.
-Quê?!
-É, eu não comi uma florzinha dessas sequer, desde que cheguei. No começo, eu até gostei do hotel, mas percebi que isso não é normal.
-Então vamos chamar os outros!
Corremos e pegamos Scott pelo braço, apesar de seus protestos. Claire, Luke e Millions nos seguiram.
Saindo do Hotel, peguei a florzinha que estava no meu bolso e atirei na cabeça de um dos homens que trabalhavam lá.

Luh narrando...
Eu arrumei minhas coisas naquela noite e fui ao chalé de Herácles, para chamar a Jade e a Bárbara.
Elas iriam me ajudar na missão. Bastante. Saimos na mesma noite, tentando não acordar ninguém.
-Ei, onde vocês vão? - Gritou um indefinido que estava andando pelo acampamento.
-Arena, deixamos uma coisa lá. - Respondi de improviso.
-Coincidência, eu deixei no anfiteatro.
-Então... tchau.
-Tchau.
Nós três seguimos para a Arena, e o garoto para o Anfiteatro.
-Se ele percebe e nos dedura... estamos fritas. - Disse Bárbara.
-Sejamos otimistas. - Disse Jade.
-É, temos que ser mesmo. - Respondi.
Saimos do acampamento e seguimos para a estrada que corta a floresta. Era assustador andar por ali de noite. Principalmente quando se vê algo andando por dentro da floresta. Pedi para as meninas fazerem silêncio, eu iria atacar.
-Fiquem aqui, caso ele... ela... isso corra.
-Tá. - As duas me responderam.
Avancei em cima da criatura e pulei em suas costas com uma adaga na mão.
-Ei! O que é isso?!
Era o meio sangue que vimos no acampamento! Ele, e um amigo.
-Desculpe, pensei que fosse uma criatura.
-Fico lisongeado. - Ele respondeu sorrindo.
-Eu sou Eros - disse o amigo dele - e esse é o Josh.
Jade e Bárbara perceberam que não havia luta, e se aproximaram.
-Por que estão fugindo? - Perguntou Josh.
-Somos três garotas, nunca iriam autorizar isso. - Respondeu Jade.
-E vocês, por que são apenas dois, eu creio. - Disse Bárbara, com pose de Sherlock Holmes.
-Sim. - Disse Eros desanimado.
-Mas agora somos cinco. Vamos correr o risco? - Pergunta Josh.
-Temos que correr. É pela vida dos nossos amigos. - Disse otimista.
Todos consentiram.

Pedro narrando...
-Como conseguiram escapar do hotel, mesmo comendo as flores? - Perguntei a Claire.
-Eu sou campista experiente, sei controlar a névoa. Os biscoitos são praticamente "névoa" com açúcar.
-Algum dia saberá fazer isso. - Disse Luke.
-Mas é muito difícil no começo. - Concorda Millions.
-Maneiro...
-Eu tive sorte de não ir com a cara do biscoito desde o começo. - Disse Sarah.
-Eu parei de comer, apesar da vontade.
-Então... só eu fui hipnotizado? Que mico. - Scott fala envergonhado.
Todos rimos, inclusive o Scott.
Naquela noite, tive um sonho estranho. Sonhei com um sátiro, mais velho que os do acampamento. Ele estava ao lado de uma velha hippie mumificada sentada em um banquinho de madeira velha.
Eles falavam ao mesmo tempo um tipo de "poema"...
A morte aparece nos dá um pequeno grande presente.


Luh narrando...
Alguns metros depois do acontecido - achar outro grupo "fugitivo" do acampamento - nós encontramos mais um, mas não fugindo, e sim, deitado no chão.
-Ei! Você está bem?! - Perguntei correndo em sua direção.
-E-eu... o vi... - O garoto responde levantando a cabeça lentamente.
-Quem? - Bárbara pergunta, ajudando-o a levantar.
-Deimos. - O garoto se levanta tremendo.
Eu me lembrei vagamente. Deimos era a personificação do terror. Pouco se falava sobre ele nas aulas do acampamento.
-Ele... passou sobre mim, e todos os meus medos me passaram na cabeça... até ser encontrado naquele estado. - O garoto estava se acalmando.
-Pra Deimos estar por aqui, algo deve estar para acontecer. - Disse Jade. - Ele só costumava aparecer em grandes guerras, acompanhado de Ares e de seus irmãos, Fobos e Ênio.
-Quer dizer que... - Josh perdeu a voz.
-Sim, teremos uma guerra aqui. - Disse Eros, com uma expressão de preocupação.


Pedro narrando...
Acordei ainda pensando no estranho sonho que tive. O velho sátiro dizia:
"Ao Hades viajarás
E encontrarás o deus que procura
Na viajem sem fim
O medo não triunfa."
E a velha terminou:
"O caixão de ouro irás encontrar
E seu levante não irá falhar
Aquele que te acompanha
perde-se no tempo
E tem a alma levanda no vento."
Por mais que tentasse entender, nada fazia sentido.
-Ei, Pedro.
-Hum? - Vi Scott me chamando.
-Cara, você parece que está fora de serviço. Não estava prestando atenção na conversa?
-Não, desculpe.
-Bom, nós vamos sair agora. Descobrimos algumas pistas sobre o paradeiro de Héracles. - Disse Claire confiante.
-Ao que tudo indica, ele está no Submundo. - Termina Luke.
-Gente, mas como faremos para entrar lá? - Pergunta Millions, olhando diretamente pra Claire.
-Já entraram lá e sairam com vida. Aquele carinha, o Percy. Ele conseguiu. - Sarah responde rapidamente.
-Olha, o problema não é entrar, é sair. - Diz Scott. - Precisamos das pérolas.
Eu não entendi que pérolas eram aquelas que ele falava, aliás, não entendi metade da conversa. Eu era o mais novo naquilo, e era bem complicado pra mim.

Luh narrando...
O garoto se levantou e bebeu a água que Josh estava levando.
-Meu nome é Carter. Mas podem me chamar de Carter.
Vi um sorriso no rosto de Bárbara.
-Então... melhor voltar pro acampamento. - O garoto diz cabisbaixo.
-Não quer vir com a gente? - Pergunta Eros.
-Seria um prazer. - Eles trocam apertos de mão.
-Sabe alguma coisa sobre Deimos? - Jade pergunta. - Ajudaria se ele tivesse dito algo pra você.
-Ele só passou meio que... "flutuando", com uma roupa preta, sussurando algo como "Guerra do Hades".
Antes que pudéssemos discutir isso, ouvi alguém chamando meu nome com uma voz rouca. Todos olham, como se cada um ouvisse seu próprio nome.
-Q-quem é você?! - Pergunta Eros soluçando.
-Eu? Bom... sou aquele que todo mundo um dia verá.
Caiu a ficha. Ele era a morte. Ou melhor, Tânato.
-Eu vi que estão a procura dos seus amigos, que estão a procura de Héracles.
Todos consentimos.
-Vão precisar disto.
Tânato nos dá uma pequena foice. Não sabia pra que servia, e nem deu para perguntar. Ele sumiu como fumaça.
Decidimos pegar o "expresso submundo"


Pedro narrando...
Sarah me explicou que as pérolas são objetos mágicos, que quando pisados até serem esfareladas, podem teleportar o seu "assassino" para o local em que ele pensou. É a saída para o submundo. Talvez a única.
-Cara... a gente precisa achar bolinhas, vai pro inferno, vamos lutar muito no caminho... - Falei. - Isso é Dragon Ball!
-Nossa, adorava aquele desenho. - Concorda Scott.
-É, a ação é parecida mas... se você se aprofundar no mundo meio-sangue vai ver que não tem nada a ver, sabe? - Fala Sarah, olhando diretamente para mim.
-Sei. - "Não, não sei" era o que eu queria dizer.
-Cara, como será que está o acampamento? - diz Scott, com sua cara de preocupado.






-Eles devem estar bem. - Digo para acalmá-lo.
-É... tomara.
Eu sabia que sua preocupação não era com todo o acampamento. Talvez até fosse. Mas o foco era a filha de Zeus, Silena. Sei lá, mas as vezes eu até parecia sentir... ciúmes. Deve ser besteira, eu nem gosto dela. Não como namorada ou algo do tipo.

Luh narrando...
Estávamos por uma longa rodovia, até que resolvemos parar. Paramos em uma pequena pensão escondidinha. Quase não dava pra notar no meio de tantos prédios. Pra falar a verdade, nem sabia em que cidade estávamos, mas decidi pensar sobre isso outra hora. Estava muito cansada.
-Sabem, a viagem até que está bem tranquila. - Eu disse, tirando os tênis.
-Também achei. - Jade senta ao meu lado na cama.
-Quieta demais. - Bárbara completa sua irmã, sentando em frente a TV.
-O que querem dizer com isso? - Carter ainda estava de pé na porta.
-Que as missões geralmente são mais atribuladas. Está tudo muito quieto. - Bárbara ataca novamente.
Nesse momento, uma moça entra no quarto. No máximo trinta e poucos anos. Loira. Carter deu um pulo que parecia que enfrentava uma Górgona.
-Nossa, desculpem. Não sabia que iria assustar. - A moça solta um sorriso.
-N-não, é que... estou meio agitado.
-Desculpem, eu volto depois. - A mulher sai e fecha a porta.
Nesse momento, uma Harpia pousa em nossa janela. Era horrível vê-la cara a cara.
-Corram! - gritou Bárbara.
Todos correram para a porta. Estava trancada.
-Mas o que... - Carter disse ainda tentando abrir a porta.
Avancei sobre a criatura com minha faca. Ela vôou e eu quase cai da janela do 3º andar numa rodovia lotada. Jade me segurou no momento certo.
-De nada. - Disse ela, correndo na direção da criatura que entrou em nosso quarto.
Jade segurou as asas da Harpia, e Bárbara acertou um soco em sua cara. Um soco muito bem dado, fazendo o monstro desmaiar sem esforços.
-Nossa... vocês são... fortes. - Disse Carter ainda assustado.
-É, filhas de Héracles. - Respondo o pobre garoto medroso.
-Ah tá. Está explicado como garotas tão bonitas podem ser tão fortes.
Parecia que Jade não gostava muito dessas indiretas, ao contrário de Bárbara. Ela não parecia completamente apaixonada, mas se divertia com as tentativas frustradas de Carter.

Pedro narrando...
Naquela mesma noite, andávamos pelas ruas de Los Angeles. Seis meio sangues. As vezes chegava a pensar se os monstros tinham medo da gente, a viajem estava tão calma.
Mas de repente, para a minha infelicidade, um barulho vem cortando toda a avenida. Um hurro, talvez. Parecia um leão, mas as suas patadas eram bem mais pesadas e violentas. Também ouvia barulho de ferro metais sendo batidos e arrastados. Aquilo gelou minha alma.
Na rua estavamos apenas nós seis, e mais uma garota que estava cruzando a esquina como se nada acontecesse.
-O que é isso?! - perguntei, olhando fixamente para o outro lado da rua.
Ninguém me responde. O medo tomava a conta do olhar de todos, quando de repente, um clarão toma conta de toda a rua. Por uns segundos pensei que havia morrido, e quase que de repente..............
Tenho um curto circuito


Pedro narrando...
Por uns segundos pensei que havia morrido, e quase que de repente toda a luz se juntou, como se algo aspirasse ela. Uma águia. Espera... uma águia?! Olhei para os lados e vi meus companheiros se curvando. Não entendi, e prossegui de pé. Inclusive, o barulho dos hurros prosseguia. Como poderiam se curvar numa situação dessas?
-Olha, desculpa aí dona águia, mas eu não posso me curvar com um monstro vindo na minha direção. - falei na frente da águia, que apenas batia asas na minha frente.
-Eu sou homem. E esse monstro não é seu maior problema.
Dei um pulo de susto! Eu falava com uma águia?! Estou ficando louco. É muita bizarrice pra mim.
-Hã... Sr. Águia, então. Como esse monstro não pode ser problema? Já viu o barulho que ele faz quando pisa?





Nesse momento, um enorme Minotauro aparece no horizonte. Aliás, estava tão escuro essa noite, que só via uma sombra preta com dois metros de altura.
-Scott! Sarah! Alguém! Peguem suas espadas!
Rapidamente, o minotauro é morto por uma descarga elétrica, um raio.
-Q-quem... é você?
-Oi papai. - Diz Claire, ainda curvada.
Não acredito. Aquela águia... era algum deus! Zeus, pelo jeito que matou o minotauro. Achei que ele queria proteger Claire, por um momento.
-Papai, o que o senhor faz aqui?
-Vim reclamar meu filho.
Nesse momento, todos olham pra mim. Eu não entendi nada. Quando olhei pra cima, um círculo com um raio dentro. Era eu! Eu era o filho de Zeus!
-Ele é... meu meio irmão?! - Claire parecia decepcionada e assustada.
-Perdão, senhor, mas por que veio reclamá-lo pessoalmente? - Pergunta Luke, timidamente.
-Verdade, maioria de nós sequer vê os pais. - Completa Millions. - A regra que você...digo, o senhor criou.
-A regra foi feita para proteger vocês e seus pais de tornarem-se humanos. Procurem entender. - Responde o senhor Zeus.
Eu permanecia calado, ainda estava assustado.
-Então... por que veio até nós?!
Nesse instante, a águia se transforma numa forma humana. Apesar dos cabelos claros, não parecia tão velho quase via nas pinturas e esculturas.
-Vocês saberão na hora certa. - Disse ele enquanto seu corpo exprimia luz para todos os lados.
Fiquei praticamente cego e fechei os olhos. Quando abri, ele havia sumido.
-...Eu sou... filho de Zeus...?
Sarah me deu um abraço, e Scott apertou minha mão, assim como Luke e Millions. Claire me deu os parabéns, e se pôs a andar. Seguimos ela.
Depois de andarmos por alguns quilômetros naquela noite, ouvimos novamente aqueles assustadores hurros. Era o minotauro, tinha certeza.
Ele corria desgovernado em nossa direção. Ao chegar perto de mim, saltei sobre ele e enfiei uma faca em suas costas. Ele a retirou com facilidade.
-Como ele fez aquilo? - Scott sussura. - Vamos ajudá-lo.
Claire, Luke e Millions seguram as mãos e formam uma corrente humana. _o_ _o_ _o_ <<< Assim eles corriam em direção ao minotauro. Luke e Millions, que estavam nas pontas, pararam de correr, e jogaram Claire, que voando, acertou o minotauro com sua faca, cortou seu chifre, e enfiou nas suas costas. Dessa vez ele morreu.
-Vamos. - Diz Claire como se nada tivesse acontecido.
Ela ainda passou a mão sobre os ombros como se estivesse "tirando a poeira".

Luh narrando...
Carter era um indefinido. Apesar disso, era muito poderoso. Percebi pelo modo em que ele quase abriu a porta pra fugir da Harpia. Tá, parei.
-Então... ficamos por aqui mais uma noite? - Carter pergunta.
-Acho melhor. - Bárbara responde rapidamente.
-É, está de noite e não dá certo ir pra lá nessas horas. - Concordei, antes que Jade pudesse fazer o mesmo.
Passamos a noite ali. Eu dormi na cama de cima da beliche, enquanto Bárbara e Jade dormiam na de baixo. Carter dormiu no chão, apesar dos protestos. O sofá havia quebrado quando ele pulou pra sentar e ver televisão.
Pela manhã, acordei com o delicioso cheiro de... chocolate. Bárbara havia feito uns bolinhos pra gente. Mas na janela onde ela preparava os bolinhos, entrou algo bem bizarro. Corpo e cabeça de leão, mas com um bode nas costas e uma serpente como rabo. Era uma Quimera!
Corri em sua direção com meu arco e atirei 2 flechas na cabeça de leão. Ela se defendeu com as patas dianteiras.
Jade acerta um soco no bode, que berra, mas ela recebe uma patada e cai no chão, com o braço sangrando.
Bárbara revida, e pula o monstro pelo rabo e joga-o pela janela. Quando penso que acabou, vejo Bárbara pulando pela janela. Ao olhar, para minha surpresa, ela estava esmurrando o monstro, que parecia desesperado.
Fiz um curativo em Jade, mas ela não parecia sentir muita dor. Pudera, era filha de Héracles.
De repente, junto de Bárbara, sobem também uma garota pela escada de incêndio.
-Oi... eu sou Annie.
Conhecemos um meio-sangue desconhecido


Pedro narrando...
Pois é... desde o incidente com meu pai, parece que a Claire anda agindo diferente comigo. Como se ela quisesse cuidar do "seu território".
Ter ciúmes do pai é normal mas... não achei que houvesse isso nesse mundo, afinal, cada deus tem uma penca de filhos espalhados por aí.
Paramos numa rua movimentada, sentamos na calçada e descançamos.
-Er... Claire? - falei sentando ao lado dela.
-Hum?
Não pensei em nada pra falar. A primeira coisa que veio na cabeça, eu falei! Isso mesmo. Sem pensar.
-Pode me ensinar a ser uma garota tão incrível como você?
-Hã?! "Uma garota tão incrível"? - responde Claire, alto e claro, pra todo mundo ouvir.
Todos riem.





-Desculpa, não me expressei bem. Eu queria lutar como você.
-Novato, pra ter isso, vai ter que treinar muito. Muito mesmo. Coisas que só o acampamento pode ensinar.
Encerramos o assunto por ali, e voltamos a caminhar.
Ao que o mapa indicava, havia uma pérola em uma casa abandonada bem ao final da rua. Era enorme! Entramos lá.
-Nossa, isso aqui está às aranhas. - Disse tirando uma teia bem na porta quebrada de entrada.
-Isso é uma mansão. Digo, seria se não estivesse assim. - Luke fala tocando nos móveis de madeira semi-decompostos.
Andamos, subimos escadas, descemos escadas, olhamos quartos, cozinha, sala de jantar... tudo muito velho, parecia uma casa do século passado.
-Você ouviu? - Disse eu, olhando fixamente para Millions, que estava na mesma sala que eu.
-...Não... o que? - Respondeu olhando para os lados.
-Um... mugido, eu acho.
Não deu nem pra falar. Vi Sarah correndo e puxando Scott pelo braço.
-O Touro! O Touro de Creta está aqui! - Sarah me falou assustada.
O que me assustava é que parecia que a casa estava encantada. Não conseguíamos achar a saída. Então, me assustei mais ainda ao ver o rosto de Claire. Ela olhava fixamente para um símbolo na parede. Um... "delta" Δ.
-O que isso significa? - Perguntei para Luke.
-Essa não... é um símbolo de Dédalo. Estamos em seu labirinto! - Luke fala desesperado.

Luh narrando...
Estava preocupada com meus amigos... não os via a muito tempo, e não tinhamos muitas pistas sobre onde eles estavam. Resolvemos sair daquela pensão, estava atribulada demais. Fomos para uma outra mais caminha. Uma espécie de "mini-hotel".
Ouvia sons de guitarra do quarto vizinho. Bárbara deu uns socos na parede pra que quem estiver tocando, pare. Não parou, o que ela conseguiu foi uma depressão na parede.
-Eu vou lá. - disse a garota nova, Annie.
Ela foi, e Carter foi junto.
Depois de algum tempo, eles voltam com um garoto com uma jaqueta azul escuro. Seu cabelo era bem arrepiado e ele tinha uma palheta em mãos.
-Oi...eu nome é Kayo. - Disse ele estendendo a mão para mim.
-Oi, sou a Luh. - Não segurei sua mão, apenas me virei, e peguei um copo d´água e bebi.
-E eu sou Jade.
-Prazer, Jade. - Eles trocaram um aperto de mãos. Coitado do Kayo. Acho que a Jade fez de propósito.
-Nossa! Você tem ossos de ferro? - Disse ele com a mão esquerda sobre a direita, que estava vermelha.
Depois que eu me toquei. Pra Carter e Annie chamarem ele pro quarto, ele devia ter algo especial.
-Sou filho de Zeus.

Pedro narrando...
-Como podemos estar no labirinto de Dédalo? Pensei que fosse subterrâneo! - Disse Sarah.
Claire parecia pensar. Ela repetia "lembra, lembra".
-Acho que sei. - Disse Millions.
-Também faço uma ligeira idéia. - Luke completa.
-O touro de Creta foi oferecido por Poseidon para ser uma oferenda ao Minotauro, mas o rei Minos não o quis, por ser um animal tão magestoso. Então o Touro foi solto, e mais tarde capturado por Héracles. - Diz Millions, com a mão no rosto, indicando preocupação.
-Então... pode ser que ele tenha sido colocado aqui. Na mitologia diz que Héracles não poderia matar o Touro. - Diz Scott. - Sim, agora tudo faz sentido! Esse não é o labirinto de Dédalo, é apenas... um lugar especial para colocar o Touro de Creta, sem que esse causasse danos no mundo mortal.
-Sem querer estragar, mas como isso vai nos ajudar?! - Disse, dando uma de estraga prazeres.
-Bom, vamos nos separar. - Diz Claire com um pequeno raio em mãos.
Ouvi novamente um mugido. Estava mais perto, suas patadas praticamente tremiam o chão.


Ω No próximo capítulo... Ω


...Há! Pegadinha do malandro! Não vou falar nada... kufufufufufu.

_________________
Dou uma da vaqueiro meio-sangue




Pedro narrando...
Eu, Sarah e Scott ficamos ali, Claire, Luke e Millions foram pela varanda, que dava ao fundo da casa. Tentávamos, de alguma forma, cercar o touro, que estava provavelmente na parte central da casa.
-Boa sorte... - Disse para o outro grupo.
-Igualmente. - Luke responde, correndo em direção a porta da varanda.
A casa possuia umas ramificações que se enroscavam nas colunas que sustentavam um salão da casa. Se não tivesse um boi enorme querendo nos matar, ali seria um bom lugar pra passar a noite, já que nenhum de nós conseguiu dormir o dia todo, e estava quase amanhecendo, podia ver os primeiros raios de sol saindo.





Ouvimos novamente um mugido.
-Cuidado, ele está na porta à esquerda. - Ouvi Claire dizer, mas ela não estava ao meu lado.
Confiei na minha nova meio-irmã, e fui para a porta da esquerda, com minha espada elétrica em mãos, e um escudo na outra. Sarah sacou uma espada de couro de empousa, e Scott usava uma espécie de "bastão de feiticaria". Parecia mais um cajado.
Vi o touro. Ele fazia aquela coisa com as pernas que os touros fazem, mas que ninguém sabe o porque. Um mistério da ciência a ser desvendado.
Ele correu para cima de Sarah, tentei correr para salvá-la, mas... tarde demais, ela também avançou.
-Sarah! Cuidado! - Scott grita, e levanta o seu bastão, fazendo com que as videiras que ficavam nas colunas criem vida e se enrrosquem no chifre do touro.
Sarah aproveita a deixa e avança sobre o monstro, mas ele é mais forte, e se solta, acertando Sarah com sua testa.
-Sarah!! - Corri para ajudá-la.
Ela estava conciente e deitada no chão. Tentei olhar o ferimento no abdome e levei um tapa na mão.
-Deixa de ser abusado. Vamos lutar. - Disse ela se levantando.
Sarah correu na direção do touro e com apenas um toque em sua pele, o touro ficou meio... bêbado. Ele estava zonzo, mas ainda estava muito bravo. Parecia que ele estava sóbrio, mas com seus reflexos e movimentos misturados. Ele estava hipnotizado.
-Aproveita, Pedro! - disse Sarah, com o braço esticado na direção do touro.
Scott tentou novamente segurar o monstro com suas videiras, o que desta vez foi mais fácil.
-Anda logo, Pedro! - completa Scott.
Corri na sua direção, mas não deu tempo. O touro sacodiu a cabeça e arrancou todas as videiras de Scott. O efeito da bebedeira passou.

Luh narrando...
Depois de todas as apresentações ao Kayo, filho de Zeus, resolvemos continuar nossa jornada. Dessa vez, sabíamos onde eles estavam, e seguimos caminho ao amanhecer.
-Então... você já viu seu pai? - Jade pergunta ao Kayo, enquanto ele arruma sua mochila.
-Sim, uma vez. No Olimpo.
-Nossa, por que foi ao Olimpo? - Bárbara completa.
-Bom... eu era criança ainda. Eu fugi de casa e fui até lá sozinho para ver meu pai.
-E...? - continuei, curiosa.
-Ele bagunçou meus cabelos com as mãos, o motivo de eu os usar assim, e me disse que estava saindo pra uma guerra. - disse Kayo fechando a mochila. - Nunca mais nos vimos novamente.
-Quando foi isso? - perguntei, curiosa sobre o término da história.
-2004. Foi no dia 25 de Dezembro.
A história me fez pensar no meu pai. Nunca havia o visto. Quer dizer, exceto todas as manhãs, quando olho pro sol e vejo seu rosto. Não dá pra explicar.
-Gente... temos um problema. - Carter falou com o mapa nas mãos.
-E dos grandes. - completa Annie, também olhando o mapa. - O princesa Andrômeda está por perto. E parece que vai ancorar num porto perto daqui, mas o caminho é justamente o contrário aos dos outros meio-sangues.
Era realmente um problema. Ou escolhíamos ajudar nossos amigos, ou deter Luke, chance que possivelmente, nunca teríamos novamente.

Pedro narrando...
De repente, ouço um grito de ódio. Era Millions. Ele avançava com uma enorme lança sobre o Touro, mas este sempre se defendia com os chifres. Acho que ele tinha experiência com esse tipo de coisa.
Mas em seguida, vem Luke com um tridente. Quando parecia que ia atacar o touro, vemos ele ser empurrado por um jato d'água, ser lançado para cima, e cair com o tridente virado pra baixo nas costas do touro, que cai no chão.
O touro ainda consegue se levantar e empurrar Luke com os chifres, que cai perto da parede.
-Pedro, use sua eletricidade, rápido! - Claire me disse, mas eu não a via.
Obedeci. Usei a eletricidade sobre o animal, que sofria de dor. Num momento inesperado, vejo Claire e Luke arremessando Millions, como fizeram da outra vez. Millions enche os olhos de fúria e dá um soco na testa do monstro. Ele vira pó.
-This... is... Sparta. - ele diz, arrancando a ponta do chifre do touro, antes que ele sumisse.
-Olha, no centro do vitral. A pérola! - Scott fala. - Vou pegar.
Scott usa suas videiras para pegar a pérola no alto da casa, em um vitral que mostrava um touro. Dédalo é irônico.
A próxima parada nos levará á Pet Shop Lambda λ.

Achamos o animal três em um.


Pedro narrando...
Seguimos com uma pérola. Estava muito feliz, mas por outro lado, nervoso. Refleti por todo o caminho quem iria entrar no submundo para resgatar o deus Héracles. Afinal, eu soube que haviam apenas quatro pérolas por todo o país. Uma delas, conosco. Resolvi perguntar quem entraria no submundo na missão de resgate.
-Eu devo entrar, sou a mais forte. - Claire respondeu confiante. Mas o que ela falou era verdade. Não poderíamos entrar sem ela. - Os outros, decidimos depois.
Finalmente, chegamos a Pet Shop. Ela era feita em colunas gregas, lembrava o Phaternon. As videiras de uva que se enroscavam nas colunas fizeram Scott se animar. Ele se sentia mais forte na presença de tais seres.
-Oi?! Alguém em casa?! - Perguntei, olhando para os lados, e entrando na Pet Shop.





Uma senhora em cadeira de rodas apareceu trazendo um gato em seu colo.
-Em que posso ajudar, meus amores? - A senhora devia ter mais de 40 anos, mas ao mesmo tempo possuia uma voz jovem e encantadora.
A senhora não teria uma pérola mágica em sua loja, teria? - Foi o que pensei.
-É que... - Luke parecia pensar. - nos perdemos a caminho de uma excursão escolar... a estrada é enorme e a sua Pet Shop foi o lugar mais agradável que encontramos para descançar.
Respirei aliviado, assim como todos os outros.
-Então... entrem. Vou trazer uns biscoitos.
E ela foi com seu gato no colo até a cozinha. Esperamos ainda no salão principal da loja. Era cheio de gatos, cachorros, cobras, porquinhos-da-india... Até bodes.

Luh narrando...
Fomos a caminho do Princesa Andrômeda. Agora, com um novo integrante na equipe. Josh e Eros estavam muito quietos naquele dia, o que era estranho, pois habitualmente eram os mais agitados.
-Então... Josh. Você é filho de quem? - Pergunta Kayo, dando um tapinha nas costas de Josh.
-Sou indefinido... ainda. - Ele corresponde a tapinha.
-E você, Eros?
-Filho de Dionísio.
Kayo deveria estar pensando: "Ele é meu sobrinho?". Mas nesse mundo, somos todos parentes, não há para onde fugir.
Finalmente, chegamos ao porto. Vimos o Princesa Andrômeda mas não podíamos embarcar, pois deveria estar cheio de meio-sangues e monstros. Fora o próprio Luke, que era praticamente invencível.
-Então... o que devemos fazer? - Falei, finalmente.
-Eu sugiro que entremos em grupos. - Eros falava olhando diretamente para o navio. - Assim, se um grupo precisar de ajuda, o outro entra como resgate.
-Sim, vamos nos dividir. - Falava Josh, fazendo um gesto que chamava todos a se reunirem.
-Eu, Jade e Kayo entramos primeiro. - Disse eu, ansiosa.
-Eu, Eros, Annie e Bárbara seguimos em seguida. - Diz Josh, com sua face preocupada.
Meus lábios estavam secos, estava muito nervosa. O momento mais perigoso da minha vida chegou. Iria derrotar ou ser derrotada, não havia como fugir dessa batalha.
Nós do primeiro grupo seguimos até o navio, que estava ancorado no Píer 16.

Pedro narrando...
A senhora nos convidou a passar a noite ali. Eu sabia que era perigoso aceitar mas não tinhamos escolha, a pérola estava em algum lugar daquela Pet Shop, e no mínimo, iria aparecer algum monstro bem bizarro para tentar matar a gente depois.
Percebi que o Scott encarava todos os animais da loja. Até eu fiquei com medo da careta que ele fez para os pobres porquinhos-da-india.
-Não devemos confiar nesses animais. A qualquer momento eles podem... sei lá, crescer e virarem monstros colossais. - Diz Scott, fazendo cara feia pra um gatinho dormindo.
Numa situação normal, eu diria que Scott enlouqueceu, mas como aquilo não era nada normal...
A senhora passou a mão nos cabelos de Claire.
-Seus cabelos são muito macios... Assim como sua pele. - Elogiou a senhorinha, dando um risinho no canto da boca.
-Obrigada.
-Mas o que eu mais acho lindo em você são seus olhos. Tão azuis quanto o céu. - Ela continuava elogiando Claire.
-Genética. - Luke riu.
Eu percebi que não tinha olhos azuis. Puxei o lado da minha mãe. Olhos verdes. Era incomum um Meio-sangue ser mais parecido com o lado mortal, mas acontecia. Como o Scott. Ele não tinha nada a ver com o Sr. D.
-Eu não apresentei o Kimmie a vocês, não é? - Ela alisa o gatinho e o coloca em meus braços.
Claire parecia pensativa. Ela pega o gato e devolve para a senhora.
-Desculpe a indelicadeza mas... - Claire passa a mão nos cabelos, jogando-os para trás. - como é o nome da senhora?
A senhora parecia pensativa.
-Echid. Nome estrangeiro. - Ela deu um sorrisinho.
-Pedro, vamos sair daqui agora! - Ouvi em minha mente a voz de Claire.
-Mas e a pérola? - Respondi, telepaticamente.
-Pegamos ela depois, primeiro devemos salvar nossa pele e a de nossos amigos.
Eu não sabia o que a Claire havia percebido, mas confiava nela.
-Desculpe senhora... mas devemos ir. - Disse Claire se levantando e puxando Luke pelo braço.
-Hã... sim, sim. Nossos pais devem estar preocupados. - Eu também me levantei, piscando pra Sarah e Scott perceberem.
Sarah parecia não ter entendido o objetivo da piscadela, mas também se levantou.
-Seus pais? Zeus, Poseidon, Ares, Dionísio e Hipnos, certo?
Meu sangue gelou naquele momento. Claire parecia ter percebido tudo desde o começo. Ela puxou a faca.
Naquele momento, o gatinho começou a crescer e a sair... um bode da suas costas. Seu rabo virara uma cobra.
A mulher se levantou da cadeira de rodas, e revelou uma cauda de serpente. A mesma cadeira mágica que Quíron usava.
-Echid deriva de Echidna, a pronúncia grega de Ἔχιδνα. Do mesmo modo com Kimmie, que vem de Khimera ou Κιμερα. - Claire dizia, olhando ameaçadoramente para os monstros.

Narrador: Oi, eu sou Goku. Será que nossos heróis sairão dessa vivos? Como a equipe de Luh se sairá tentando impedir o domínio de Cronos e seu exército? Não perca, o próximo capítulo de "O retorno de Cronos" serááá: "Cronos retorna"
Cronos retorna



Pedro narrando...
No momento em que Claire revelou a verdadeira identidade da senhora e da Quimera meu sangue gelou. Desde minha chegada ao acampamento fui alertado sobre a Quimera. Era um monstro impiedoso e muito forte.
-Equidna... a devoradora de viajantes. - Afirma Luke, olhando firmemente para a criatura.
-Esse apelido que me deram é um tanto vulgar, pequeno filho de Poseidon.
-Você escolhe o jeito mais fácil ou o mais difícil? - Claire se intromete. - O fácil é nos dar a pérola, o difícil é morrer por ela. O final é igual, mas você escolhe os meios.
A Equidna não parecia se intimidar pela ameaça de Claire. Ela avançou para cima de Scott rapidamente, mas este puxa uma pequena videira de uva





que se enroscava pela parede, e o transforma em um bastão enorme. Com isso, acerta a Equidna na lateral de sua parte "réptil".
-Muito ousado da sua parte, garoto. - Equidna se enfurece, passando a mão na parte atingida.
Neste momento, pulei para o lado dela e a acertei com minha espada. A Equidna praguejou algo em grego antigo e a sua Quimera veio para cima de mim. Neste momento, Sarah acertou-a com a ponta dos dedos, fazendo a Quimera cambalear e errar o seu golpe em mim.

Luh narrando...
Nós do primeiro grupo fomos vagarosamente em direção ao Princesa Andrômeda. Nesse momento, Carter aparece gritando.
-Cheguei, cheguei!
-Cheguei? E onde você estava? - Perguntei.
-Espera... vocês não perceberam que eu havia sumido?
-Não, você também não avisa ninguém. - Diz Jade.
-Bom... eu estava dando uma olhada no Princesa Andrômeda.
-Você entrou lá?! - Pergunta Kayo quase gritando.
-Não, não. Eu dei apenas uma olhada pelos lados do píer. - Diz ele tranquilizando a todos. - Adivinhem o que eu descobri?
-Eu não faço idéia. - afirmo.
-Cronos... ele retornou.

Pedro narrando...
A Quimera parecia brava. O efeito do toque de Sarah passou, e a Quimera anda ameaçadoramente em sua direção.
-Parada aí! - Grita Millions.
Luke faz uma rajada de água levar Millions até a Quimera, que acerta um soco e sua cabeça de bode. Ela fica pendurada nas costas, como se houvesse morrido, embora isso não afetasse o resto do corpo.
Claire acerta uma rajada de raios sobre Equidna. Esta não é muito afetada.
-Mas...como? - Claire se perguntava.
-Eu sou um tanto imune aos seus ataques. Minhas escamas de serpete me protegem de qualquer ataque elétrico ou derivado.
Meu sangue congelou. Eu era praticamente inútil. Apenas meus ataques corpo-a-corpo poderiam resultar em algo.
Então, numa tentativa desesperada, Scott corre na direção de Equidna com seu pastão pontudo e a acerta no meio de sua barriga.
-Vocês... não estão totalmente livres... - disse Equidna cuspindo uma espécie de fumaça enquanto se dissolvia e virava pó.
De certa forma, não estávamos 100% livres. Ainda faltava a Quimera que lamentava a perda de sua mãe.
-Bom... pelo menos estamos em vantagem agora. - Diz Scott bebendo um cálice de vinho, se fortalecendo.
A Quimera avança sobre Claire, que acerta um soco em seu focinho. A Quimera acerta uma patada em seu braço, fazendo-a soltar a espada.
Me irritei. Como aquele bicho poderia fazer aquilo com minha meio-irmã? Avancei com muita raiva sobre a Quimera e pulei quando estava a alguns centímetros do monstro. Cai sobre seu pescoço fincando minha espada.
-Toma, vai ajudar. - Disse eu, rasgando um pedaço de minha camisa e colocando sobre o ferimento de Claire.
-Obrigada.
-Olha turma, lá está a pérola! - Luke aponta para uma coleira usada por um labrador amarelo.
Sarah se dirigiu até o cachorro, e cantou uma canção calmamente para ele. O cachorro que latia muito ficou calmo e acabou adormecendo.
Sarah pegou a esfera e guardou no bolso.
-Espera... por que a Quimera não se dissolveu? - Pergunta Scott.
Nem deu tempo de pensar. A Quimera se levanta novamente, desta vez comandada pela cabeça de serpente. Podíamos ferir o monstro o quanto quisessemos, mas apenas com as três cabeças mortas, obteríamos sucesso.
-Droga... - Diz Claire, segurando o pano sobre o braço.
Luke avança sobre a Quimera e cria uma lança de água, que se congela e acerta a cabeça da serpente em cheio. Finalmente, o monstro se dissolve.

Luh narrando...
Senti todo o meu corpo tremer, meus lábios gelarem e meu sangue congelar. Apenas de tocar na palavra do rei dos Titãs, perdia toda a coragem que tinha em meu corpo.
-Mas como sabe disso?! - Diz Kayo apreensivo.
-Eu o vi. Ele estava no corpo de Luke.
-Como sabe que era ele? - Jade parecia preocupada.
-Eu apenas... senti. Apenas de o ver, tive certeza que era ele.
Eu não entendia. Por que ele ainda não estava no acampamento? Deveria estar planejando algo.
-Não temos tempo para conversar. Apenas teremos certeza quando entrarmos lá. - Eu disse, apesar do medo.
Nos aproximamos do navio, e ao pisarmos na ponte que levava ao barco, vimos o que não queríamos ver...
Cronos está vivo... e mais novo!


Luh narrando...
Naquele momento meu sangue todo gelou. Fiquei imóvel, apenas observando. Uma luz enorme tomou conta do local. Eu não via praticamente nada. Eu apenas sentia. Era uma enorme força malígna que tomava conta de todo aquele lugar. A luz finalmente abaixou.
-L-Luke... - Disse Bárbara, olhando atentamente para o jovem loiro que aparecia em nossa frente.
-Permita-me corrigir... Cronos. - O corpo de Luke estava presente, mas não poderia ser ele.
Além de o modo de falar e da força negra que nos cercava, algo estava diferente fisicamente. O seu corpo não possuia mais a cicatriz que levava em seu rosto.
-Mas como...? - Eu falei. Senti minha mão tremer enquanto apoiava a espada.
-Eu não devo satisfações a vocês, meio sangues insignificantes. Minha conversa é com meu filho. Se não quiserem morrer, sigam-me.





Eu não sabia o que dizer. O medo era enorme, mas não queria trair o acampamento.
-Nunca! - Josh fala antes que eu pudesse interromper. - Nunca iremos trair nossos companheiros!
-Não seja tolo, garoto. Eu não sou o traidor. Zeus é! Ele que desejava me destronar desde o começo! - Seus olhos ficavam claros conforme aumentava o tom de voz.
-Zeus fez o que era certo! Você é um tirano! Um ditador! Não merece o trono! - Josh continuava a enfrentar o rei dos Titãs.
-Ora ora... temos aqui um garoto de fibra. Seria de muita utilidade em meu exército. Infelizmente, quer servir os novos deuses.
Era estranho a como ele se referia aos deuses. Mas pra idade de Cronos, o Olimpo nada mais era do que um jardim de infância.
-Entrem. Por favor, eu os convido. - Cronos mostra o caminho com o braço, pedindo para entrarmos.
Entramos, desconfiados. Cronos já deveria ter nos matado. Deveria ser um daqueles joguinhos de vilão de TV.
Ainda não entendia o que Josh fazia ali. Ele apenas deveria entrar depois de um tempo, com os outros. Eu vi então atrás do trono de Cronos o Eros, Annie e a Bárbara. Eles planejavam usar o Josh como distração, e pegar o rei dos titãs enquanto ele se preocupava conosco. Era brilhante.
Se inicia a Titanomaquia dois ponto zero.


Luh narrando...
Eu estava com o coração na boca. O grande rei titã, bem ali, na minha frente. Qualquer ação dele poderia nos matar. Eu não podia acreditar que Luke havia se rendido assim. E com um propósito tão egoista.
-Por mais que nos controle, podemos sair daqui mortos, mas não seremos seus escravos! - Josh continuava a enfrentar Cronos. De alguma forma, ele me fazia ter medo e confiança ao mesmo tempo.
-Ora ora... será? Será mesmo? - Cronos se levanta e se dirige até Josh. Ele andava lentamente.
Ao chegar na frente de Josh, eu me senti suar frio. Era apenas querer, que Cronos mataria Josh com uma mão.
-Nem mesmo sob ameaças? - Ele prosseguiu falando.
Cronos lentamente coloca a mão no ombro esquerdo de Josh e aperta. Ele não parecia fazer esforços, apesar de Josh estar





sentindo muita dor.
Josh se abaixava, quase se ajoelhando diante de Cronos, que apenas emitia um sorriso frio. Mas de repetente, se ouve um grito ao longe. Eu vi então Eros correndo na direção de Cronos.
-Mais? Isto aqui está virando uma festa. - Dizia Cronos com seu sarcasmo.
Eros corria rapidamente com a espada na direção de Cronos, mas este colocou a mão na frente. Ele foi atingido pela espada, mas não deu nenhum sinal de dor. Ele retirou a espada, jogou-a pela escotilha do barco, e empurrou Eros, que foi parar a alguns metros de distância.
-Entendam... eu tenho poder para matar todos aqui. Inclusive aqueles atrás de meu trono.
Todos se espantaram com o poder de Cronos. Eles não fizeram um mínimo ruido, como ele poderia os ver?
De repente, algo que nem o próprio Cronos esperava. Uma garota entra voando pela escotilha carregando a espada de Eros.
Um raio acerta o mar ao longe. Já havia percebido que era aquela garota.

Pedro narrando...
Faltava ao fim mais duas pérolas. Estávamos a caminho da terceira, que estava em um lugar perdido no mapa. Não havia loja, casa... nada. Apenas deserto. O mapa sequer dizia o tipo de deserto. Areia, pedra, gelo. Nada, não tinhamos idéia de para onde estávamos indo. Pelo menos ela ficava no caminho para o McDonalds mais próximo.
-O que enfrentaremos dessa vez? - Perguntei.
Todos deram de ombros. Ninguém fazia idéia do que enfrentaríamos.
-Esperem! - Disse Scott, se abaixando.
A rua onde andávamos tinha muitas árvores nas calçadas, e como era outono, as folhas caiam muito, e não conseguíamos praticamente ver o chão.
-Mas o que?... - Disse Claire, sendo interrompida por Scott tirando um papel de debaixo das folhas.
Scott abre a pequena folha dobrada que revela letras gregas antigas. Elas não faziam sentido, não formavam palavra alguma. "Ο ρετορνο δε Κρόνος". Talvez fosse grego moderno, não sei.
Repentinamente, o papel saiu voando das mãos de Scott e se dissolveu no vento.
Por alguns momentos, senti um frio passar por todo o meu corpo. Era como se houvesse mais alguém ali. Mas quem poderia ser?
Talvez fosse apenas minha imaginação. As ruas eram desertas, não fazia sentido.
Novamente, senti um calafrio. Algo passou rapidamente por todos nós. Ele para em nossa frente.
-Oi, eu tenho uma mensagem para vocês....
Surgem novas perguntas.


Pedro narrando...
Eu não conseguia reconhecer quem era. Ele emitia um tipo de "luz escura", por onde ele passava, deixava o local escuro.
-Entendo que não consiga decifrar a mensagem. Ela está encantada por Hermes, apenas deuses conseguem lê-la. - Ele dizia pousando a mão sobre os ombros.
-Q-quem é você? O que tem escrito no papel? - Perguntava Scott, trêmulo.
-Meu nome é Phobos. E no papel tem escrito "O retorno de Cronos". Ou "A volta de Cronos", depende da sua tradução.
Eu me esforçava para lembrar quem era Phobos, até ser interrompido por Claire.
-Phobos, um dos deuses do medo. Irmão de Ênio e Deimos. Aquele que acompanha Ares em suas guerras.
-Confesso que estou supreso, poucos sabem sobre mim. - Phobos parecia me encarar enquanto dizia aquilo.
-Bom, minha tarefa aqui está feita. Devo voltar. - Phobos começa a brilhar. Fechamos os olhos e ele some.





Não entendi o propósito daquilo. Por que Hermes, deus mensageiro, não havia entregue a mensagem?
Achamos uma pérola brilhando no lugar em que Phobos havia aparecido. Pegamos a pequena jóia e seguimos caminho para a quarta e última pérola.
-Onde ela está? - Perguntei para Claire, que estava com o mapa.
-Hollywood.

Luh narrando...
A garota voadora pousa um tanto distante de Cronos, e este solta Josh para olhar para a nova integrante da batalha. Ela trazia consigo a espada perdida por Eros.
-Kim! - Grita Carter, de trás do trono de Cronos, esquecendo que estava escondido.
-Ora ora... outro neto aqui. Isto está ficando divertido. - Cronos olhava Kim de ponta a ponta. - É muita ousadia sua vir aqui.
-Ainda guarda rancor? - Kim parecia sorrir.
Naquele momento, Cronos some. No seu lugar, apenas neblina. O navio começou a navegar, então todos corremos para a saida. Engraçado que nenhum dos monstros lá sequer tentou nos impedir.
Fui o primeiro a pular do barco, seguido dos outros. Kim prosseguia voando.
Saindo de lá, vimos o navio seguir rumo ao horizonte, até o perdemos de vista. Mas também, para nossa surpresa, vimos alguém sobre um hipocampo, que nadava até o píer. Era uma garota. Seus cabelos morenos voavam pelo vento.
-Charly! Você conseguiu? - Perguntou Kim, ajudando-a a subir no ancoradouro.
-Acho que sim. - A garota respondia arrumando os cabelos.
-Desculpem, mas sobre o que estão falando? - Josh perguntou o que mais cedo ou mais tarde, um de nós perguntaria.
-A Charlote estava infiltrada abaixo do barco pra implantar uma bomba das forjas do Alexandre.
-Então... nós éramos as iscas? - Perguntava Eros, espantado com o que ouvira.
-Na verdade, não. A princípio, éramos apenas eu e a Charly, mas aí vocês apareceram lá. Não havíamos planejado isso. - Ela dizia voltando a caminhar.
-O que você fez de tão mal pro Cronos? - Tomei coragem e perguntei.
Um silêncio abateu o local. Voltamos a caminhar ao nosso destino: encontrar o grupo principal de Pedro Alertse, Sarah e Scott.

O que Kim terá feito ao Cronos? Terão eles destruido o navio Princesa Andrômeda? Quem está guardando a última pérola? O que queria o deus Phobos? Onde estaria Hermes? Os jovens meio-sangues achariam Héracles, seu principal objetivo nessa busca? Não perca a resposta para todas essas perguntas no próximo capítulo.
☼Comtinua☼

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